ATA DA VIGÉSIMA SEXTA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 23-8-2001.

 


Aos vinte e três dias do mês de agosto do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e dezesseis minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear o Dia do Maçon e o cinqüentenário da Loja Frederico II nº 54, nos termos do Requerimento nº 186/01 (Processo nº 3003/01), de autoria do Vereador Isaac Ainhorn. Compuseram a MESA: o Vereador Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Desembargador Juracy Vilela de Souza, Grão-Mestre do Grande Oriente; o Senhor Adayr Paulo Módena, Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor Amaro Borges Moreira, Grão-Mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul; o Senhor Rony Marques Corrêa, Venerável Mestre da Loja Simbólica Frederico II Nº 54; o Senhor Wilson Martins, representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Vereador Isaac Ainhorn, na ocasião, Secretário "ad hoc". A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome das Bancadas do PDT, PTB e PSB, discorreu acerca dos princípios filosóficos, filantrópicos e educativos que norteiam a Maçonaria e da participação política e social dessa instituição na história brasileira, desde a época da Independência até os dias atuais, citando várias personalidades nacionais e internacionais que fizeram parte da Maçonaria. Após, o Vereador Fernando Záchia solicitou ao Vereador Reginaldo Pujol que assumisse a direção dos trabalhos, a fim de que Sua Excelência pudesse recepcionar delegação de Vereadores do Uruguai, em visita à Casa. Em prosseguimento, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador José Fortunati, em nome das Bancadas do PT, PPB e PC do B, elogiou a iniciativa do Vereador Isaac Ainhorn em propor a presente Sessão Solene, relatando as oportunidades que teve Sua Excelência em conhecer a filosofia maçônica e o cotidiano de seus integrantes, principalmente à época em que exerceu o cargo de Vice-Prefeito de Porto Alegre. O Vereador Sebastião Melo, em nome da Bancada do PMDB, destacando as amizades que possui entre os Maçons, classificou como justa e oportuna a lembrança desta Casa em homenagear a Maçonaria e o cinqüentenário da Loja Frederico II Nº 54 e ressaltou a luta em busca da igualdade, fraternidade e justiça presente nos objetivos dessa sociedade. A seguir, o Vereador Reginaldo Pujol solicitou ao Vereador Isaac Ainhorn que assumisse a direção dos trabalhos e, após, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, analisou a trajetória histórica da Maçonaria desde sua fundação, em mil setecentos e dezessete, em Londres, e a influência dessa filosofia no Brasil, através da participação de grandes personalidades nacionais que participaram nos movimentos políticos e sociais de relevância acontecidos no País no decorrer dos últimos dois séculos. Em seguida, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Salomão Sibenberg, da Loja Monte Sinai II e, após, concedeu a palavra aos Senhores Juracy Vilela de Souza e Rony Marques Corrêa, que agradeceram a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao transcurso do Dia do Maçon e ao cinqüentenário da Loja Frederico II nº 54. A seguir, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução dos Hinos Maçônico e Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezesseis horas e trinta e quatro minutos, convidando a todos para a Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia, Reginaldo Pujol e Isaac Ainhorn e secretariados pelo Vereador Isaac Ainhorn, como Secretário "ad hoc". Do que eu, Isaac Ainhorn, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Dia do Maçom e o cinqüentenário da Loja Simbólica Frederico II nº 54, nos termos do Requerimento nº 186/01, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn. Convidamos para compor a Mesa o Desembargador Juracy Vilela de Souza, Grão-Mestre do Grande Oriente; o Dr. Adayr Paulo Módena, Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul; Dr. Amaro Borges Moreira, Grão-Mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul; Dr. Rony Marques Corrêa, Venerável Mestre da Loja Simbólica Frederico II nº 54; Sr. Wilson Martins, representante da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta presidência quer cumprimentar o Ver. Isaac Ainhorn pela iniciativa, que teve a aprovação unânime dos Srs. Vereadores, para que pudéssemos fazer esta Sessão Solene em homenagem ao Dia do Maçom, especificamente, mas também, ressaltando o cinqüentenário da Loja Frederico II. É a oportunidade de podermos marcar e de homenagear o profundo significado que é ser Maçom.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra e falará em nome das Bancadas do PDT, PTB e PSB.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Queridos irmãos que, no dia de hoje, comparecem a esta Casa para prestar homenagem, nesta Sessão Solene, à Maçonaria pela passagem do seu dia, e também para prestar homenagem ao Jubileu de Ouro, ao cinqüentenário de uma das lojas que integram as grandes lojas do Rio Grande do Sul, a respeitável Loja Maçônica Frederico II nº 54. Aproveitamos para cumprimentar o Venerável Mestre dessa Loja por sua sensibilidade de, na sua vida e na dos seus integrantes, buscarem, num mundo profano, uma ação de reconhecimento do trabalho da Maçonaria, através das manifestações do Legislativo Estadual do Rio Grande do Sul, no mês de junho, por ocasião do seu cinqüentenário e, igualmente, fazendo com que esta Casa se integre às homenagens referentes não só ao Jubileu de Ouro desta Loja Maçônica, mas às homenagens que visam registrar o Dia do Maçom.

Mais do que nunca a Maçonaria se encontra presente em nosso País e no mundo, e este Legislativo não poderia se omitir por ocasião da celebração do Dia do Maçom, até porque dentro dos Legislativos do Rio Grande, em grande parte das municipalidades rio-grandenses, em nosso País, nos legislativos brasileiros, sobretudo por seu compromisso com o estado de direito e com a democracia, os Maçons estão sempre presentes no cotidiano da ação parlamentar das municipalidades bem como dos legislativos estaduais dos Estados que compõem a Federação brasileira.

A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e engajada nos grandes movimentos sociais. Srs. Grão-Mestres, e queridos irmãos, a oportunidade, deste registro, por meio do nosso Legislativo Municipal, é fazer o reconhecimento desta ação filantrópica, filosófica, educativa e engajada dos movimentos sociais da Maçonaria.

O nosso País é assente, e é importante destacar para o conjunto da sociedade brasileira que a Maçonaria esteve presente em todos os grandes movimentos sociais e políticos nacionais, seja na Independência, seja no abolicionismo, seja na vida republicana. Nunca se omitiu, não tendo um posicionamento político-partidário, mas tendo, isto sim, posicionamento filosófico, patriótico e consciente do seu papel na busca de soluções para este País. Sempre esteve presente, como disse, nos mais importantes movimentos sociais. É dentro desta ótica, é com os compromissos voltados para a liberdade, para a igualdade e para a fraternidade, que ela esteve engajada em toda a história brasileira.

Seus lemas: “A Ciência para esclarecer os espíritos e elevá-los. A Justiça para equilibrar e enaltecer as relações humanas. O Trabalho, por meio do qual os homens se dignificam e tornam-se independentes economicamente.”

Em síntese, Sr. Presidente, queridos irmãos, a Maçonaria persegue o aperfeiçoamento intelectual, moral e social da humanidade. Seus objetivos: a investigação da verdade, o exame da moral e a prática, no quotidiano, das virtudes.

Muitos nos perguntam se a Maçonaria é uma religião; não, não é, mas abriga no seu seio inúmeras profissões religiosas e reconhece, isto sim, a existência de um único princípio criador, regulador supremo e infinito, ao qual dá o nome de “Grande Arquiteto do Universo”.

 Pela história humana, pela Maçonaria passaram grandes celebridades, homens ilustres em todos os ramos do conhecimento, como Voltaire, Goethe, Beethoven, Mozart, Frederico, o Grande, Napoleão e Giuseppe Garibaldi, dentre outros.

Nas Américas, podemos destacar Washington, nos Estados Unidos, San Martin, Bolivar, José Marti, em Cuba. No processo da Independência brasileira, dentre outros, tivemos o Patriarca da Independência, José Bonifácio, D. Pedro I, Gonçalves Ledo, Duque de Caxias, Bento Gonçalves, Deodoro da Fonseca, Davi Canabarro, Rui Barbosa. Esses são nomes que emolduram a galeria dos Maçons brasileiros. Só pelos nomes se pode constatar aquilo que eu já disse, ou seja, que, nos grandes momentos da nossa história, passaram grandes líderes Maçons.

Sr. Presidente, Srs. Grão-Mestres, veneráveis, queridos irmãos, por ocasião desta Sessão Solene, que homenageia a Augusta e Respeitável Loja Simbólica Frederico II, n.º 54, fundada em 24 de junho de 1951, tendo, dentre seus fundadores, o Irmão Carlos Moritz Toller, seu primeiro Venerável Mestre, quero referir-me ao seguinte: que a sua Carta Constitutiva foi expedida pela Grande Loja Unida dos Franco-Maçons da Alemanha. Na época, essa filiação foi solicitada com o intuito de prestigiar a Maçonaria alemã, em franco processo de desenvolvimento, tendo em vista que, nas décadas de 30 e 40, na Alemanha, a Maçonaria foi jogada na ilegalidade em face do regime nazista que lá se instalou. Sabe-se o quanto de perseguições, sofrimentos e adversidades sofreu a Maçonaria na época do nazi-fascismo, na época do hitlerismo, por ocasião da sua expansão na Europa. E teve essa Loja, como seu Patrono, Frederico II, o Grande, personalidade que havia encantado os positivistas gaúchos Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros. E essa loja, Srs. Grão-Mestres, veneráveis, queridos irmãos, produziu também, entre outras personalidades, dentre os seus integrantes, o sereníssimo Grão-Mestre, o irmão Pedro Manoel Ramos, que aqui se encontra presente dentre nós e que, sistematicamente prestigia esta Casa.

Cumpre, por derradeiro, Sr. Presidente - não querendo mais abusar da sua tolerância, da sua sensibilidade, que me anuncia o término do meu tempo regimental, e nós, oriundos da Maçonaria, pelo pouco que passei de aprendiz, chegando a companheiro - registrar que nós, também, nos posicionamos como homens disciplinados e respeitadores dos tempos legais.

Cabe aqui registrar um fato singular da história da Loja Maçônica Frederico II, nº 54, por ocasião do regime militar e ditatorial que se instalou no País, a partir de 1964: essa Loja teve a coragem de manter, sob sua guarda e sigilo, alguns de seus filhos que, naquele momento, achavam-se perseguidos no mundo profano, garantindo a proteção desses irmãos.

Como disse o Irmão Erner Antonio Freitas Machado, Mestre instalado: "No silêncio de nossas colunas, presenciaremos nossa Loja tornar-se cinqüentenária, centenária e Milenar, e nosso trabalho será feito, sempre, de maneira calma, serena e despretensiosa, em perfeita harmonia interna de nossos irmãos, para a Glória do Grande Arquiteto do Universo". Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Casa está recebendo, neste momento, uma delegação de Vereadores do Uruguai. Convidamos o Sr. 2º Vice-Presidente, Ver. Reginaldo Pujol, para que assuma, momentaneamente, a presidência dos trabalhos, possibilitando que este Vereador possa receber os colegas Vereadores.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. José Fortunati está com a palavra, e falará pelas Bancadas do PT, do PPB e do P C do B.

 

O SR. JOSÉ FORTUNATI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu gostaria de, inicialmente, fazer uma pequena confidência. Quando jovem, na minha cidade, Flores da Cunha, ao ler várias passagens da história brasileira, e, a partir dali, tomar contato com essa instituição chamada Maçonaria, eu percebi que havia muito ainda a ser compreendido em torno da Maçonaria. Para mim, jovem do interior do Estado, a Maçonaria, naquele momento, me passava como algo muito obscuro; importante, sim, na história brasileira, mas algo muito distante. Felizmente, foi a minha vinda a Porto Alegre que me possibilitou um contato mais amiúde, cotidiano com as lojas maçônicas e com seus membros. Foi exatamente esse contato que me fez perceber a importância da Maçonaria para a história brasileira. Aquilo que, antes, eu não consegui depreender dos livros de história passei a compreender melhor, quando no contato com as lojas maçônicas, e passei a perceber, sim, que ao longo da história, não somente do universo, como foi muito bem relatado pelo Ver. Isaac Ainhorn, mas especialmente, na história do nosso País, os maçons sempre estiveram presentes, lutando, sim, por um estado democrático de direito, lutando por um novo homem, um homem ético, um homem postado no seu tempo e à frente do seu tempo, tentando com isso, através dos seus ensinamentos, através das relações cotidianos que se criam na nossa sociedade, ajudar a construir uma sociedade mais justa e mais fraterna.

Quando Vice-Prefeito, aí sim, tive a oportunidade de ter uma relação quase cotidiana com várias lojas maçônicas da nossa Cidade. Mais que isso, consegui entabular conversas onde aprendi muito sobre a filosofia maçônica existente entre nós.

Hoje, enquanto Vereador desta Cidade, sinto-me muito feliz em poder, em nome do meu Partido e dos Partidos coligados, fazer essa homenagem. Homenagem a uma filosofia, a um modo de ver a sociedade, a um modo de olhar para o nosso cotidiano e em torno desse olhar pensar em como transformá-lo, mas não transformá-lo em benefício dos maçons, em benefício da loja A ou B, mas fazer essa transformação em benefício da coletividade, da comunidade, do bem comum.

Não tenho dúvida de que a filosofia levada a efeito pelo cotidiano das lojas maçônicas e da comunidade maçônica é sem dúvida uma filosofia que merece todo o nosso respeito. Sei que no cotidiano os membros maçônicos continuam interagindo com a nossa comunidade, não apresentando qualquer sinal distintivo, nada na lapela, nenhum sinal que diga “Sou maçom”, mas com toda a certeza, falo das pessoas que conheço, e não são poucas. O seu comportamento reto, ético e moral, na nossa sociedade, os identificam demonstrando que, ao longo do tempo, a Maçonaria tem dado uma forte contribuição para este País, ela continua, sim, ajudando, concretizando sonhos, e pensando em como, no cotidiano, podemos continuar construindo uma Cidade melhor, um Estado melhor e um País melhor.

Em nome dos nossos Partidos, quero reafirmar o quanto é importante que vocês continuem existindo, que vocês continuem pensando, que vocês continuem elaborando teoricamente, e, mais do que isso, que continuem agindo perante a nossa sociedade. Porque é dessa forma, nessa interação, que certamente nós poderemos pensar e, principalmente, construir uma nova sociedade. Vida longa à Maçonaria! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra, em nome da Bancada do PMDB.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Meu querido amigo e colega Ver. Isaac Ainhorn, que em boa hora propôs esta homenagem, que foi aprovada pela unanimidade desta Casa, esta justa e merecida homenagem no Dia do Maçom.

Meus queridos irmãos, neste último ano não tenho sido tão praticante da minha Loja, mas muitas razões me fazem estar aqui. Inclusive, eu havia endereçado uma carta ao Ver. Isaac Ainhorn, porque estava cumprindo o ofício da advocacia no Foro Central, mas consegui uma substituição por um colega, o Dr. Nereu Lima ficou fazendo a audiência, e eu vim, primeiro, pela irmandade; segundo, porque o Rony, Venerável Mestre, é um amigo de longa data; e pela figura do Ver. Isaac Ainhorn, que propôs esta justa homenagem.

Foi aqui muito bem colocado pelo Ver. Isaac Ainhorn e depois pelo Ver. José Fortunati, mas eu quero pegar um veio que é um veio que a humanidade, hoje, grita de norte a sul e de leste a oeste.

Ser Maçom é lutar, diariamente, em busca da solidariedade humana e da justiça social. Esse é o fulcro maior. O nosso País e a nossa humanidade atravessam inúmeras crises, e os jornais, revistas, os meios de comunicação e a globalização nos fartam  dessas crises, diariamente, mas há, na nossa avaliação, uma que extrapola todas, que é a crise de falta de solidariedade humana. O mundo globalizado, da máquina, da televisão, sem alma, sem sentimento e sem coração, foi transformando cada um de nós em um elemento muito mais distanciado daquela que deve ser a vida do cotidiano.

Este é um País magnífico, maravilhoso, extraordinário e de uma riqueza fantástica, vive um desafio permanente. Há uma concentração de renda monumental e cada vez mais aqueles que ganham mais passam a ganhar mais, fruto, geralmente, da locupletação, e aqueles que ganham menos vão indo para a periferia, e são milhares de irmãos nossos hoje. Mais precisamente as parcas estatísticas dizem que são 50 milhões de brasileiros, hoje, que vivem com menos de 80 reais por mês, neste País tão rico. É a dura e triste realidade, Ver. Isaac Ainhorn, que nós vivenciamos.

A Maçonaria, que - se olharmos na história da humanidade e não do País - sempre teve uma luta em busca da igualdade, da fraternidade e justiça, na nossa avaliação, tem um papel histórico, neste momento, de traduzir o discurso para a prática, de fazer com que, efetivamente, este País não seja a realidade que está aí hoje. Isso não é um dever, simplesmente, do poder de Estado que não tem condições e já provou que está falido. Eu diria que o terceiro setor da sociedade, Venerável Mestre, é o setor que está sendo muito mais eficiente do que os aparelhos de Estado. Se nós olharmos o voluntariado - e a Maçonaria trabalha no campo filosófico, mas também no campo do voluntariado - no sentido de resgatar pessoas, evidentemente, esse terceiro setor hoje é muito mais eficiente do que os setores do Estado.

Então, esta homenagem, na data de hoje, nesta Casa - que presta muitas homenagens - mas esta é uma das homenagens, Ver. Isaac Ainhorn, que têm que ser sublinhadas maiusculamente, como o Dia do Maçom. Muitas homenagens são feitas e todas são justas por aqueles que as propõem. Mas eu diria que esta homenagem tem uma simbologia maior, porque esta Cidade que teve, e que tem, ao longo da sua caminhada a luta da resistência, a luta do dia a dia, da busca da cidadania, não podia deixar de sinalizar este é o Dia do Maçom. O Maçom é o cidadão aguerrido, que luta por esses objetivos coletivos, fraternos, em busca do bem comum. O Maçom não busca o individualismo, não quer o individualismo e não pode ser individualista. E, se ele busca o bem comum, esta Casa, que é o estuário da vontade popular da sociedade, evidentemente, faz uma justa homenagem no Dia do Maçom. Por isso, um fraterno abraço a todos irmãos e uma homenagem muito especial à Loja Frederico II no seu cinqüentenário.

E, com certeza, nós poderemos - nesta boa caminhada – cada um da sua tribuna, colaborar para que possamos comemorar o ano que vem um País mais justo e digno para todos nós, especialmente para os nossos filhos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Quero registrar a presença do Ver. Luiz Braz, ex-Presidente desta Casa, cuja presença muito prestigia esta Sessão Solene requerida pelo Ver. Isaac Ainhorn que,  também, é ex-Presidente da Casa.

Solicito ao Ver. Isaac Ainhorn que assuma temporariamente a presidência dos trabalhos, o que não lhe trará dificuldade alguma, pela sua experiência, ensejando que possamos nos manifestar em nome do Partido da Frente Liberal.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, em nome da Bancada do PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e os demais presentes.) Informado pelo Vereador Isaac Ainhorn da homenagem que a Câmara Municipal prestaria, hoje, pelo cinqüentenário da Loja Frederico II, coincidindo com o Dia do Maçom, ousei me informar acerca da Entidade homenageada.

De fato, falar do dia do Maçom sem falar na Maçonaria, é quase que impossível, diria até mesmo que é impossível. Não existiria o Maçom sem a Maçonaria, nem a Maçonaria sem o Maçom. Busquei na Grande Enciclopédia uma definição que me parece adequada, diz ela que a “Franco-Maçonaria é uma instituição filantrópica, que se esforça por realizar um ideal de vida social. Trata-se de uma ordem ou confraria baseada nas antigas associações operárias e místicas da Idade Média, mas, organizada no século XVIII, com um espírito mais largo, mais amplo e mais abrangente. Não é uma sociedade secreta, mas apenas uma sociedade fechada. As suas regras fundamentais, as leis, a sua história, o nome dos aderentes não são ocultados.”

Se isso é apenas isso, Ver. Luiz Braz, a Maçonaria, há tanta tempo, por tantos séculos, então, será que estamos diante de uma velha senhora que já não é capaz de acordar paixões? Penso que não! Eis que o véu de Isis que lhe cobre os mistérios, ainda, que levantado muitas vezes, continua a excitar corações e a intrigar os espíritos.

A Maçonaria que é hoje conhecida em todo o mundo. Nasceu oficialmente em 1717 com a grande Loja de Londres, a qual codificou, em 1723, as antigas cartas que passaram a ser conhecidas como As Constituições de Anderson. A Maçonaria é, sobretudo, uma sociedade iniciática e que tem como objetivo a realização integral da pessoa humana e a defesa dos valores morais e éticos de nossa civilização.

A ação da Maçonaria na história da civilização, como já foi acentuado pelos colegas que nos antecederam na tribuna, é gigantesca, foi através dela que se realizou a mais grandiosa das revoluções, a Revolução Francesa, cujo lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade saiu  do interior das Lojas Maçônicas para, aos poucos, abarcar toda a civilização ocidental. O importante, quando falamos da Maçonaria, é lembrar da sua ação no nosso País. Podemos inclusive dizer que a nossa história está impregnada da sua ação. De certa maneira, a história deste País foi escrita e executada pela ação transformadora dos obreiros da arte real. A Independência do nosso País foi obra de pedreiros livres, foi através dessa sociedade que se cristalizaram, em nossa pátria, os ideais republicanos e liberais já vitoriosos na França com a Revolução Francesa de 1789 e, nos Estados Unidos, com a sua independência em 1776. Foi obra também da Maçonaria a Proclamação da República, através do Irmão Marechal Deodoro da Fonseca, eis que a Maçonaria com a sua ação contribuiu na formação da nossa Nação e também para a elevação cultural e intelectual do nosso povo através de grandes vultos da cultura nacional.

Destacamos, de forma muito especial, a figura ímpar de Rui Barbosa, como também poderíamos fazer com Castro Alves, Benjamin Constant, Cruz e Souza e tantos outros. É fundamental destacarmos a ação da Maçonaria em nosso Estado e, dessa forma, não podemos olvidar da figura insigne de Giuseppe Garibaldi, que nada mais era que o Grão-Mestre Geral do rito menfis-misraim, eis que ele pelejou com bravura ao lado dos heróicos Farroupilhas.

A gloriosa Revolução Farroupilha foi um monumento genuinamente maçônico. Para comprovar isso basta observar a bandeira de nosso Estado: no meio de um troféu de armas e bandeiras, um escudo oval, tendo duas colunas plantadas sobre rochedos; e, no meio um losango com rosáceas e um quadro em que o barrete frígio republicano repousa sobre um bastão entre dois ramos. Analisemos esses símbolos, o barrete frígio se encontra entre rosáceas simbólicas, que mais tarde se transformaram em estrelas. Essas rosáceas nada mais são que as encontradas na Cabala. O losango é a representação, Ver. Isaac Ainhorn, dos dois triângulos que formam a chamada Estrela de David. Os rochedos são o que se chama, em linguagem maçônica, a pedra bruta. As duas colunas são as que estão em todas as lojas, uma delas é Jakim, representando espírito e, a outra, Boaz, representando a matéria, o ativo e passivo, a liberdade e a necessidade. As duas colunas são a expressão dos dois princípios cósmicos: o bem e o mal, a luz e as trevas, a coluna branca é o emblema do sexo feminino; a negra, do sexo masculino.

Há que se destacar, ainda, as palavras escritas abaixo desse portentoso brasão: Liberdade, Igualdade e Humanidade. Vemos, então, que esse brasão, que simboliza a coragem, o sacrifício e o heroísmo da alma gaúcha, tem na sua cobertura os símbolos maçônicos.

Como já dissemos, anteriormente, a idéia que nutria a Revolução Farroupilha, essa Revolução que dentro de poucos dias iremos festejar e saudar mais uma vez, era particularmente maçônica. O que se ambicionava, na época, era uma maior autonomia provincial, era o federalismo, já nascente e já realizado pelos Estados Unidos da América com a sua independência, e que nós, aqui, na América, de forma pioneira, mobilizávamos através dessa verdadeira revolução maçônica que foi os feitos de 35. Mas, finalmente, Desembargador Juracy Vilela de Souza, a obra da Maçonaria ainda não está acabada. Muito há que se fazer para libertar a humanidade da superstição e do fanatismo. Com isso, conclamamos os filhos da viúva a continuar a sua batalha heróica, em hora do Grande Arquiteto do Universo, e em nome dos princípios perenes e daqueles ideais que impulsionaram a Revolução Francesa e a Revolução Farroupilha, isto é, os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Registramos a presença do Ver. Nereu D’Avila, e também saudarmos a presença do Venerável da minha Loja Monte Sinai II, Salomão Sibenberg.

Passo a presidência dos trabalhos ao Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Sr. Juracy Vilela de Souza, Grão-Mestre do Grande Oriente, está com a palavra.

 

O SR. JURACY VILELA DE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ver. Isaac Ainhorn, Srs. Vereadores, maçons aqui presentes, irmãos de Porto Alegre e do Rio Grande. (Lê.)

“É com muita alegria que comparecemos hoje, nesta Casa, neste sodalício, para recolhermos as manifestações de apreço e respeito dos Senhores Legisladores Municipais, em homenagem ao Dia do Maçom, transcorrido dia 20  próximo passado.

Por que o 20 de agosto? A Maçonaria brasileira estabeleceu esse dia, não aleatoriamente, mas pelo significado que ganhou na gloriosa história da Fraternidade Maçônica em solo brasileiro, o que não raro confunde com a da própria história nacional. Tendo passado da fase em que seus trabalhos, e sua própria existência, eram hermeticamente fechados, secretos, para uma forma mais ostensiva, aberta, tornaram-se freqüentes, seja entre historiadores comprometidos com a Ordem, seja entre não-comprometidos, revelações da intimidade da Maçonaria com os fatos e episódios registrados na evolução do Brasil, como País livre e independente. Filmes, reportagens e livros dão conta disso.

É sabido, porque foi divulgado amplamente, que a Independência do Brasil foi, sobretudo, obra de maçons ilustres e ocorreu dentro do ambiente maçônico.

Assim, já em dezembro de 1821, maçons da estirpe do hoje pouco conhecido José Joaquim da Rocha, que criou em sua própria residência o chamado Clube da Resistência, propulsor do movimento cognominado ‘Fico’, e seu idealizador, deflagraram as ações que culminaram na emancipação política da Nação brasileira. Convencido D. Pedro I, ele se integra ao sentimento de brasilidade dos maçons. Declarou que ficaria para o bem de todos e felicidade geral da Nação. Poucos meses depois, em maio de 1822, recebeu da Maçonaria, o título de Defensor Perpétuo do Brasil, que lhe foi entregue e ratificado em praça pública (Largo do Paço), em nome do povo, pelo Senado da Câmara, que para o local se deslocara especialmente para o ato.

Pelas mãos de José Bonifácio, que, inicialmente, era contra, D. Pedro I foi iniciado na Maçonaria, não sem antes, como se exigia de todos aqueles que nela ingressavam, após conhecidas as suas opiniões sobre esse assunto, jurar defender e promover a Independência do Brasil.

Em 20 de agosto, em inflamado discurso, no Grande Oriente do Brasil, Gonçalves Ledo, proclamou a Independência do nosso País em Sessão, naturalmente, Secreta, em ‘Assembléia-Geral do Povo Maçônico’. O ‘Grito do Ipiranga’, pronunciado por D. Pedro I ao receber despacho oriundo da Corte portuguesa determinando o seu retorno e comunicando o envio de tropa, foi apenas um gesto de indignação. A independência já proclamada, e titulado Imperador D. Pedro I, tiveram significado tão-só de divulgação daquilo que já estava resolvido nos subterrâneos maçônicos. Por isso, tornou-se, Sr. Presidente, 20 de agosto, uma data querida para todos nós, maçons, que fizemos dela um marco importante. Nós, maçons, nos ufanamos dos feitos de nossos predecessores. Mas ainda que despercebidos, continuamos presentes na vida brasileira. Na família, na sociedade, na política, na administração pública, onde estiver um maçom, ali estará a Maçonaria.

Está aqui na Câmara, está aqui no Plenário, está nos gabinetes dos Srs. Vereadores, está na segurança, está na portaria, está nos serviços gerais, não há distinção de qualquer espécie entre nós. Onde se encontrar um maçom, lá estará ele, pelo exemplo, a influenciar beneficamente entre os seus circunstantes, a mostrar o poder da solidariedade, a revelar o milagre da fraternidade, a apontar os caminhos da moral, da ética, da felicidade. O bem da humanidade é o nosso objetivo.

Permitam-me, Srs. Vereadores, queridos irmãos, lembrar Antônio do Carmo Ferreira, Grão-Mestre do Grande Oriente Independente de Pernambuco: ‘Uma Loja Maçônica, relembremos todos, é um conjunto de homens que vêm da comunidade, trazendo na bagagem dos seus dias os problemas dessa comunidade, muitas vezes, padecendo as suas vicissitudes apenas como pacientes, e, muitas vezes, por sua condição de líder, com o compromisso de procurar uma solução para os mesmos. A comunidade é a vertente aonde a Maçonaria vai buscar o homem para a formação de suas Lojas.

A Loja tem o compromisso de formar o homem iniciado, segundo a ética da ordem e, assim aperfeiçoado, influir na melhoria da comunidade. A Maçonaria, tem como objetivo tornar feliz o homem, se realiza por intermédio do maçom.

Mateus lembra isso tudo, numa passagem de seu Evangelho, ao referir-se ao ‘sal da terra’: ‘O sal é uma coisa que está entre as coisas, mas não toma o seu odor, e, melhor ainda, impede que as coisas se contaminem, se deteriorem.’ Até dá um gosto especial às coisas, o gosto salgado. O maçom é igualzinho a esse ‘sal da terra’ a que se reporta o Novo Testamento: está entre os homens de sua comunidade, à qual pertence, mas não se mescla de maus costumes porventura ali existentes. Ao contrário, com o seu exemplo e com sua ação, influi no combate ao vício e no estímulo à virtude.”

Sr. Presidente, em nome do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, em nome dos Grão-Mestres da Grande Loja e do Grande Oriente Estadual Sul Rio-Grandense, a Maçonaria do Rio Grande, a Maçonaria unida do Rio Grande agradece a lembrança do nosso dia, feito por um Vereador que muito nos honra de tê-lo entre nós. E agradecida, se mostra, a Maçonaria, aos demais Vereadores que embora não sendo maçons, foram unânimes em reconhecer e, alguns dos quais, em aqui se pronunciar pela admiração e pelo respeito da ordem Maçônica. Gostaríamos, em nome do Grande Oriente, já está acertada a presença do Presidente desta Cada à solenidade que amanhã faremos realizar no templo nobre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul em homenagem ao nosso dia e também associando-se às homenagens de um herói brasileiro que também lustrou com a sua presença a Maçonaria nacional, a Maçonaria brasileira, Duque de Caxias. Estaremos, amanhã, apresentando as homenagens do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, pelo Dia do Soldado, ao Exército brasileiro instalado nestas terras.

Gostaríamos de convidar, também, todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa para que nos honrem com suas presenças. Muito obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Em prosseguimento, com muita satisfação, com a palavra ao Dr. Rony Marques Corrêa, Venerável Mestre da Loja Frederico II, nº 54, que é a homenageada desta Sessão Solene, junto com a Maçonaria, pelo transcurso do Dia do Maçom.

 

O SR. RONY MARQUES CORRÊA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Que nossas primeiras palavras, em nome da nossa Loja, sejam de agradecimento ao irmão, Ver. Isaac Ainhorn, pela homenagem que aqui estamos recebendo. A família da Frederico II agradece. Ficou difícil, para nós, a manifestação após as palavras do irmão Desembargador Juracy, mas queremos, ao receber esta homenagem que nos presta a Câmara de Vereadores, entender que se transforma de transcendental importância para nós da Loja Frederico II, pois que vinda de quem defende a democracia, símbolo talvez maior da defesa que fizemos sempre e que aprendemos lá na Frederico II. Os documentos que lá possuímos, da participação dos irmãos, durante esses 50 anos, foi sempre na defesa da democracia, na defesa da liberdade, na defesa da justiça. Por isso, Ver. Isaac Ainhorn, estamos orgulhosos da homenagem que recebemos, atribuímos ao quadro de irmãos de nossa Loja e às suas famílias que participaram na sociedade de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Irmãos que se destacaram no meio político, irmãos que ocuparam, nesta Casa, cadeiras de Vereadores, que ocuparam cadeiras de Deputados Federais e Estaduais e até de Governador de Estado, que participaram com destaque na Brigada Militar, na Polícia Civil, como profissionais liberais, como militares das Forças Armadas, como servidores públicos, como empresários, como trabalhadores.

Se podemos, aqui, assumir o compromisso - dentro dos princípios de nossa ordem, nesse novo milênio, em que os graves momentos que vive a nossa sociedade de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, do Brasil,  porque não dizer do mundo lá fora - que é a valorização do homem, não podemos calar e não calaremos, estaremos ombreando lado a lado com a sociedade civil e com os poderes constituídos na defesa da valorização do homem para que possamos ter justiça, justiça para não vermos menores abandonados, justiça para não vermos velhos desamparados, para não termos desempregados, para que a fome não norteie irmãos nossos. Esse talvez seja o desafio da Maçonaria, é um desafio de todos. Nós estaremos nessa busca, pois se somos aqueles que temos de buscar a felicidade para a humanidade, como maçons só a encontraremos, quando não tivermos menores e velhos nessas condições e quando os nossos cidadãos puderem viver com dignidade. Para nós da Loja Frederico II, esta homenagem é uma oportunidade de expressarmos o que lá manifestamos, diuturnamente, respeitando as divergências, mas, todos, buscando construir a dignidade para o ser humano.

Muito obrigado, Ver. Isaac Ainhorn, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, porque aqui, hoje, faremos a prece de pedir, todos juntos, para o Grande Arquiteto do Universo  que ele permita que todos nós sejamos felizes. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Quero mais uma vez, em nome do Presidente Luiz Fernando Záchia, que conosco se encontrou no início dos trabalhos e que, neste momento, se encontra desenvolvendo uma tarefa decorrente de suas responsabilidades como Presidente desta Casa, transferir a todos aqueles que nos honraram com as presenças, nesta Sessão Solene, o nosso reconhecimento pela importância que significou a vinda de todos vocês a nossa Casa. Houve sensibilidade do Ver. Isaac Ainhorn no fato de ter flagrado essas duas situações absolutamente interligadas: o Dia dos Maçons, 20 de agosto, e o transcurso do Jubileu de Ouro da Loja Maçônica Frederico II, nº 54 fazem-nos muito orgulhosos por termos presidido os trabalhos durante largo período do desenvolvimento desta Sessão.

Agora, quando nos encaminhamos para o término dos trabalhos, eu devo agradecer ao Desembargador Juracy Vilela de Souza pela sua presença entre nós. Esta Casa se sente muito honrada com a sua presença, o senhor que, na magistratura do Rio Grande, tanto tem enobrecido a tradição de independência e de responsabilidade, com as quais nos ufanamos com referência à Justiça gaúcha. Bem se vê que lá se persegue a busca do justo e do perfeito.

Agradeço, da mesma forma, ao Dr. Adayr Paulo Módena, Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul, pela sua presença; ao Dr. Amaro Borges Moreira, Grão-Mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, também ao  Dr. Rony Marques Corrêa, Venerável Mestre da Loja Simbólica Frederico II nº 54 - a quem acabamos de ouvir - e ao Sr. Wilson Martins, ilustre representante da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, por terem vindo aqui prestigiar esta Sessão.

Reafirmo o nosso agradecimento à presença dos Vereadores que aqui se manifestaram, que prestigiaram esta justa homenagem, dentre os quais eu destaco, por mérito, os dois ex-Presidentes da Casa, Vereadores Nereu D’Avila e Luiz Braz.

Agradecemos a todos pela presença e convidamos para, em pé, ouvirmos o Hino Maçônico e, logo após, o Hino Rio-Grandense.

 

(Executam-se os hinos Maçônico e Rio-Grandense.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Queremos agradecer a todos os senhores e senhoras pela presença, uma vez que aqui vieram prestigiar esta Sessão Solene. E encerramos os trabalhos da presente Sessão Solene com o reconhecimento de que esta importante homenagem realizada nesta tarde, no Legislativo de Porto Alegre, teve o brilho alcançado pela presença de todos os senhores. Muito obrigado. (Palmas.)

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h34min.)

 

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